terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sonho do desconhecido

acordei numa cidade estranha
um lugarejo remoto de povo desconhecido
mas o povo, c-u-r-i-o-s-a-m-e-n-t-e,
me conhecia, pois eu estava no mapa
e trazia em meu discurso as raízes
de tudo o que vi e deixei pra trás
pois restaram apenas matizes
imagens sanguinolentas
onde os monges se disfarçavam de gladiadores
e as freiras eram putas devassas
que rara confusão
fui eu que inventei
um sonho para sonhar
escrevi o sonho para quebrar
perdendo rimas
e o dissabor
pra transformar
minha melancolia em ardor
trazer de volta o rugido
um sentido
onde nada era restrito
e matar a dor no
ejetando o buraco do espaço
criando uma nova forma
resgatando laços
desfigurando o molde
da mola mestra
que nada mais é
do que a linha que me resta

Um comentário: