quinta-feira, 23 de abril de 2009

Desentendido distante desencontro

nossas verdades
correm em linhas paralelas
nossos credos
em sentidos opostos
mas por que não deixar
que o sentimento floresça
que a alma aqueça
sem que se perceba
assim como o infinito
me escuta
e nunca desapareça

você me diz que me ama
e reclama
na cama
estamos a dois
passos somente
do poente
eu me esquivo em prosa
não te trago a rosa
pra dizer que existe
muito mais
do que uma única resposta

você me estranha
e só me pede
que não espere
eu te digo que é cedo
pra que tanta pressa?
pra que tanto desespero?
o tempo é como pêndulo
que não me engana
e envenena

do discurso singelo
e na fala macia
eu carrego
meu poema
que fala de paz e harmonia
sem ironia
de sossego e bem querer
eu me refujo
no meu reduto obscuro
que se esvai em melancolia

se não existem meias verdades
meias mentiras
é que não serão
e do meio da metade
eu persigo o caminho

e onde está a verdade?
tão pura
e tão inexata
que produz e recheia
minha alma

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