quinta-feira, 4 de junho de 2009

Muro da Mauá

e na ontologia
vão se embora
todas as ideologias
pretensa autofagia
da linguagem
miragem do refúgio
de toda a sacanagem

construo uma melodia
pra expandir a sintonia
do que sinto dentro
do meu peito
pra tirar essa agonia

ah, filosofia
tão lógica e conceitual
não te desprezo
jamais te ignoraria
pois seria zombaria
mas não te fará mal
um pouco de ironia

apenas peço
um momento
do teu apreço
para que escutemos
juntos
o marulho
desse rio
quase mar

e que assim derrube
o muro da mauá
com um murro
nem que seja
da dor do urro
da urgência
nas ruas

assim
se faz o barulho
e desafia o instrumento
do simulacro do silêncio
e quebra
a ópera trágica
apenas com um passe
de mágica

e com o vento contra
jogando com maestria
assim me vou
singrando mares
desvendando lares
destilando poesia

2 comentários:

  1. Tu me mata... Muito bom!! Já me vi cantando... AmoO!
    Beijos

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  2. bem bom mesmo!
    sobretudo "destilar" poesia.
    fiquei pensando...
    é o que me parece que tu faz. separar incluindo o que não se quer porque muitas vezes escapa, é inevitável.

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